Entrevista – Tetê Alcândida – Invenção Brasileira 30 anos

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Transcrição Tete
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– As roupas dos bonecos ainda tem… Praticamente todos os bonecos ainda tem ainda… agora que o
Joarley vem nessa pegada de fazer mesmo já tem muito. Aí eu lembro que em 97 au acho, eu não lembro
se foi 95/97… 95 pra 97 … temporadas populares foi quando, foi 97? … 98.. isso foi em 95 que a gente
fundou a Mamãe Taguá, o Chico já estava bem nesse processo junto com a gente, e tal, e várias outras
pessoas.
– E aí, logo depois de Mamãe taguá, a gente fez uma peça que chamava Pavão Misterioso, que era eu o
Algodão e o Chico, e aí o Walter entrou. Nessa época o Walter chegou pra perto da gente. O Walter
traballhava lá na Colônia agrícola, furava poço pro Algodão. O Algodão conheceu ele furando poço, e aí
o Walter veio com a gente nessa época. O [1:07] Walter entrou pro Mamulengo nessa época, já tava com
Algodão… e aí começou junto com a gente.
– Aí depois dessa… nós participamos das Temporadas Populares…, ficamos um tempo com essa peça:
Pavão Misterioso, que era… [1:122] eu fazia teatro de sombra nessa época, no Pavão, e aí o Walter
começou a brincar os bonecos…
– Depois de lá do Pavão a gente vem…
– a gente participou do movimento para derrubar o muro do teatro da Praça, tal, tal… Que eu e o Chico
estava bastante presente, eu o Chico e o Zé… depois a gente veio pra cá. O Chico vem comprar aqui a
loja, aí daqui da loja eu fiquei um bom tempo aqui com ele, a gente… eu coordenei essa reforma aqui
dessa loja… essa coisa foi idelaizada por mim, essa escada, essa coisa toda aqui,,, Na época eu tinha uma
boa noção de construção e tudo mais… isso aqui era uma loja só, aqui era uma loja aqui pra lá e tinha uma
escada de cimento aqui, a gente derrubou… fui dirrubá, quase que dirruba essa parede aqui, abriu um
buraco nesse negócio, que essas paredes era tudo podre…, e a gente ficou por aqui,
– Aí logo o Chico aprovou um projeto na Caixa que chamava Violas e outras Prosas, logo quando
comprou a loja, logo depois que no segundo ano assim…
– A reforma veio depois, depois do Violas… teve duas edições do Violas… ? Duas edições do Violas
sim… É, e depois teve FestiSESi, depois do FestiSesi teve um outro Violas. Acho que fois isso
sim. Eu não lembro muito bem essa coisa de datas não, sou muito ruim pra data assim…
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– … foi bem bacana sim, aí a gente fez uma parceria bem forte mesmo, aí eu já tava brincando… depois,
logo depois eu comecei a brincar com uma boneca gigante, eu e o Chico faziamos umas parcerias que era
a Rosinha… saía de dentro da tolda… e aí ela era uma boneca gigante, que ela tinha um bebê que dava
mamar…, tal, tal, que eu ainda tenho esse trabalho até hoje na verdae né!?
– Aí comecei fazendo essa…
– Assim de brincar mesmo com o Chico teve esses dois momentos, na peça…
[0:30] – Ah não, depois teve o Alvoradas brasileiras também, foi aqui…, que a gente fez aqui também.
– Montagem, uma montagem do Alvoradas…, ah, e te ve uma oficina também, de bonecos que eu dei por
oito meses, e esse resultado dessa oficina de bonecos foi a montagem do Alvoradas brasileira. Agora o
ano que eu não lembro, se foi 2003… se foi 2004…, foi logo depois do FestiSESI. Do último FestiSESI, a
gente fez essa montagem do Alvoradas…
– Então, tipo assim, juntos a gente fez uns 3 ou 4 trabalhos, assim,, que eu atuava com ele, com a boneca
Flor no Pavão misterioso, no Mamãe Taguá e no Alvoradas.
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– nossa.. era tanta gente que eu, … Rose, não vo conseguir lembrar nome de todo mundo, o Algodão …,
enfim…
[0:07] – Vamos, vamos criar esse bloco… era uma coisa mesmo pra gente mesmo se divertir e brincar, aí
na primeira…, Silvinha, Silvia Salim tava também. [0:15] A gente foi pra Taguatinga Sul, a gente andou
com esse bloco, Taguatinga Sul, Vila Matias, não sei aonde, passamos por aqui, e aí parava nos butecos,
tal… e assim, primeiro ano não de umuito certo, aí no segundo terceiro ano a gente comeeçou já… aí
criou uma cara né? Aí a gente criou os blocos, na época tinha a DRC que era ali onde é o…, aquela
casinha pequena do Conselho Tutelar, que tem ali no centro, alí era a DRC de Taguatinga, os bonecos
foram feitos lá. A gente fez lá.
– Aí meio que a gente meio que tinha uns problemas com a polícia, assim, que ão queria deixar que a

gente brincasse, que a gente… , a gente botou os bonecos, as pernas de pau… isso foi 95, 94…, não lembro.
94 eu acho, [1:03] primeiro ano acho que foi 94…, aí a partir de lá a gente continuou.
{entrevistador} – E como é que é, tinha o bonecão, foi o Algodão que fez, não é isso?
– Não foi o Zé Regino. A gente participou mas toda a esculltura era do Zé Regino.
[1:17] – A gente fez dois bonecos, que era o Juvenal e a Mamãe Taguá.
– Aí na verdade nem sei, a gente começou (- não…, vamos fazer mamãe) a idéia era uma mãe, que mãe…
(- quem é essa mãe?) é uma mãe promíscua, uma filha da puta, que tem.. ou era uma puta mesmo, que
tinha todos os… mãe de… , né? Nordestinos… enfim. Mãe de todas as…, Taguatinga, que era um
aglutinado de gente que vinha de outros estados e tudo, e era nossa mãe né? Pra ser mãe nossa tinha que
ser muito filho da puta, que a gente era muito porra loca.
[1:55] – Aí a… então é mãe, mãe, mãe, que mãe? Mãe de Taguatinga, Mamãe Taguá. Aí ficou sendo a
mãe… então assim, era uma mãe prostituta, era primeira idéia que a gente tinha dela, tanto é que ela tinha
uns peitões assim… Ah não, ela não tinha os peitões. Os peitões eu coloquei depois, mas era essa a idéia,
que era uma mãe que…
– E ela tinha um cafetão, que era o Juvenal, que era uma boneco. Esse boneco, o Juvenal, a gente perdeu
ele, a gente na verdade perdeu esses dois bonecos, aí depois de alguns anos, a gente passou parece que
dois três anos sem sair com o bloco, aí eu resolvi refazer. Peguei as fotos, aí refiz, estandarte, boneco, tal,
tal e a gente voltou com o bloco.
– Juntei o pessoal de novo, falei (-vamos lá gente, vamos fazer tal tal), e a gente começou a fazer, depois
de um tempo.
– E era isso, a gente tinha esses dois bonecos, tinha o pessoal do sopro que era ali di EIT, que eram
alunos… que era uma banda o EIT, que tocava metal… era uma banda de sopro e metais. E esse pessoal
saía…, hoje não lembro mais assim o nome dos meninos tudo… Esses meninos estão todos por aí ainda,
alguns são músicos, outros professores…, de vez em quando enccontro com alguns ainda assim. Aí a
gente tinha essa banda que saía com a gente, e a gente começou a fazer o bloco.
– A partir daí, logo no mesmo ano veio o ASÉ, o pessoal do ASÈ, ASÈ Dudu que começou também com
bloco, e depois disso popularizou… Aí deiversos blocos na cidade, mas até então era só a gente mesmo.
– E a gente tem uma história bem bacana do Mamãe Taguá, que é que o único título que a Capela Imperial
tem foi porque a getne do Mamãe Taguá assumiu uma ala lá, da pornochanchada. E na época assim, era
muito doido, a gente foi lá pro Eixo, a gente saiu com o Mamãe Taguá, e depois a gente foi e eles fizeram
uma…, era um coisa beeem, tipo um negócio assim… só tampava o peito, um shortinho minúsculo assim
que tampava só aqui… e uns poá umas coisas assim com aquelas penas, aqueles negócios, e a gente foi na
ala da pornochanchada pra Capela Imperial.
– E a Capela imperial ganhô, por que a gente fez uma zorra, a gente aprontô naquele eixo lá…, assim que a
gente levantou as arquibancadas, assim, a única coisa que a Capela tinha era essa Ala da pornochanchada.
E eu cosntumo brincar com o pessoal da Capela que era o seguinte: o único tírulo que eles tem é a custas
da minha bunda, hoje eles tão ferrado, porque nem bunda mais eu tenho… então… rsrsrsrs
– De taguatinga, Capela Immperial é uma Escola de Taguatinga. Ainda existe a Capela e tudo mais, e o
único título que eles tem foi a custas de minha bunda…, agora coitados… rsrsrsrs
{entrevistador} – O Menino de Ceilândia foi uma derivação…
[4:47] – Siim, logo depois o Algodão foi, aí sim. O lgodão foi pra Ceilãndia e se junto coma Nina com o
Ariton, que era o movimento cultural lá da cidade, também já tinha essa movimentação política lá, e aí o
Algodão criou o Menino da Ceilândia, que era o Bloco Sanfonado Menino da Ceilândia. Aí criou o
boneco, tal tal tal, foi logo no ano seguinte. Um ano depois da Mamãe Taguá o Algodão já fez o boneco…
agora assim, posso até tá dando essa informação errada, pois não sei se o Algodão já tinha fetito os
bonecos Meninos da Ceilândia nessa época ou se foi mais ou menos junto, mesmo ano… não lembro
assim de detalhes, mas era isso.
{entrevistador} – Que Algodão já vinha de Olinda…
– Vinha de Olinda, de Tradição, com essa experiência tal e tal
{entrevistador} – De fazer boneco…
– De fazer boneco…
{entrevistador} – Vocẽ era do Celeiro…?
– Eu fazia… não eu tava assim… no Celeiro, eu não lembro o que foi que…, eu cheguei a participar de
alguma coisa do Celeiro mas eu não lembro o quê, mas eu ficava muito nessa coisa do figurino, né!?
Sempre fizi figurino pra essa pessoas, ajudava nessa coisa da cenografia, ajudei muito nos bonecos…
inclusive eles montaram um espetáculo que eu fiz os bonecos e não lembro do nome, sei que era Lampião
e Maria Bonita, mas eu não lembro o nome do espetáculo… Atuá mesmo não, eu fiz formação de palhaço

com Zé Regino depois, mais na frente, mas assim… to tentando lembrar, eu já fiz algum coisa no Celeiro
mas eu não conseguindo lembrar o quê
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– … antes disso, antes disso, sim lembro, eles invadiram o Teatro da Praça, ocuparam, eu tava bem
presente no movimento, tava lá, ia também…
– A derrubada do muro foi bem mais tarde…, o muro caiu foi… nossa o muro caiu tem mais de 20 anos…
– Tem mais de 20 anos. Alí tinha um murão assim, ele era bem alto, que tinham cercado… eu não lembro
quando, quando eu cheguei em taguatinga esse muro já exisitia e ele era horrível, ele era pintado de preto
assim, e do lado desse muro, alí onde é a Tela, tinha esse muro, bem pra cá assim… Na verdade ele era
bem pra cá da tela, tinha o muro e ficava uma calçada e onde ele era um camelódromo, onde as pessoas…,
não sei se você conheceu o centro da Ceilândia que tinha umas barracas que tomavam umas lonas azuis,
lonas pretas, assim… As lonas já ficavam instaladas lá… Ali era um antro assim… Você lembra bader,
você era bem pequeno, mas você lembra disso… , não lembra? Do muro?
{Abder} – Só de ouvir falar…
– Você era bem pequeninho…
{Abder} – O Miltinhho também contou pra gente dessa organização que era na porta do Teatro da Praça…
[1:23] – Era… E aí tinha essa Feira que ela não desmontava, essa lonas elas ficavam permanente. Então ali
constantemente tinha assaltos, aquela área de prostituição era bem forte ali… era tipo impassável ali a
noite, entendeu? E agente começou naquele movimento para a gente derrubar aquele muro e pra tomar o
Teatro da Praça… a gente na verdade tomou o Teatro da Praça. A gente conseguiu participar da derrubada
do muro e a gente foi pra lá… e fez uma simbólica lá eu, o Miqueias, o Chico, minha filha – essa minha
filha que tem 24 era pequenininha, 2 anos na perna-de-pau, a gente foi pra lá e a gente conseguiu derrubar
esse muro lá. E aí a gente enfrentou um protesto da escola na inauguração do teatro da Praça, tipo assim, a
gente colocou dentro do Teatro da Praça 600 pessoas… o teatro é feito pra que? Pra duzentas, duzzentas e
poucas pessoas… Nós colocamos seiscentas pessoas dentro do teatro…
– Aí a gente tomou o Teatro assim.
{entrevistador} – Teatro… referência…
– De referência, é, e antes disso o Celeiro já havia invadido. Mas aí eles já tinham saido de lá, já. Mas aí
continuou o movimento e foi bem mais tarde… o Celeiro foi bem antes quando eles ocuparam o Teatro da
Praça, assim, a gente já tem experiencia de ocupação, tá vendo? Rsrsrs Já começou há muito tempo atrás.